Sejam bem vindos ao mundo da saúde plena.


"Bom mesmo é ir a luta com determinação

Abraçar a vida e viver com paixão

Perder com classe e viver com ousadia

Pois o triunfo pertence a quem se atreve

E a vida é muito bela para ser

insignificante"


Augusto Branco



quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Lembranças de vida


I - Ser mãe
II - Lembranças de minha mãe
III - Vida na Fazenda


Nos dias de hoje nem sempre é tarefa fácil. A mãe é a gestora da família. É ela que conhece o seu filho mais que  ninguém. Ser mãe na cidade grande requer muitos cuidados diferente dos cuidados de uma mãe da zona rural

O objetivo deste blog é criar uma ferramenta para a integração entre as mães. Na verdade a família deve ser fortalecida para que possamos nos orgulhar de nossas crias. Muito conhecimento eu adquiri ao ter os filhos e ao mesmo tempo realizando a faculdade de medicina. Quero ser um porto seguro onde muitas mães poderão buscar orientação segura para conduzir a vida dos seus filhos com saúde e alegria. Penso em realizar oficinas na casa das famílias que desejam uma abordagem integrada e conhecer a Nutrigenômica. Oportunidade para os pais e filhos a questionar e ter o entendimento da complexidade da dieta e do comportamento reativo do cérebro frente a estes consumos.  Para o bom desenvolvimento cognitivo é necessário conhecer alguns mecanismos biológicos frente ao consumo desavisado.

Tentar fazer um elo com a família que encontra-se em dificuldades e trazer a tranqüilidade que tanto desejamos para os nossos tesouros, nossos filhos.

Quero colocar o meu conhecimento a serviço das famílias que desejam ter a orientação correta e adequada  para o bom desenvolvimento psíquico físico e mental.

Minha meninice foi de vida simples na zona rural e ao mesmo tempo cheia de valores da natureza campestre.
Por morar na zona rural eu precisei ser interna em escola para poder estudar. Retrata a realidade de uma época que tinha este recurso que hoje desapareceu, os internatos.

A minha vida de mãe em cidade do interior guardo uma bela lembrança. Meus três filhos nasceram em Pelotas cidade onde fiz medicina. Ser mãe e fazendo a faculdade de medicina me fez uma pessoa melhor. Tive dois bebês durante do curso de medicina. Quando vejo as reportagem de bebês me dá muita saudade desta época linda dos meus pequenos e amados seres dependente total dos pais. Hoje homens feitos e prontos para o mundo. Sou orgulhosa das minhas crias e o que eu dei muito foi beijos e afagos no tempo que eu tinha para estar com eles. Tive em torno de 27 profissionais do lar e isto me custou muito em termos de observar quem você colocar para dentro de casa para cuidar do nosso bebê. Fui feliz e trago no coração algumas meninas que me ajudaram na Jornada. A Roberta que cuidou do meu primeiro filho. Ela deixava de fazer o serviço para ficar dando colo. Ganhou muito colo e paparicos e hoje é cardilogista de mão cheia. Me orgulho do meu bebê hoje médico dedicado e admirado pelos mestres e colegas. A Cleci que deve ainda morar em Pelotas passou momentos difíceis comigo na época que meu bebê caçula teve coqueluche. Ele tinha 20 dias de vida quando ela cuidava dele. Começamos a observar que após mamar arroxeava ao redor dos lábios. Comentei com o pediatra e ficou por isso mesmo. Não imaginávamos o que estava por vir.

Amamentava e corria de lá para cá. Ou seja a rotina casa e hospital era de 3 em 3 horas. Estava no sexto ano de medicina. Conseguia trocar os plantões noturnos para poder ficar a noite com ele e as 12 horas noturnas eu trocava por diurnas.
Certa vez a tarde após mamar, estava no meu colo,  ele ficou todo “roxo”. Isso era umas 13 horas. Foi o desespero total e sai correndo com chambre e chinelo, do jeito que eu estava para tentar pegar um carro que me levasse ao hospital. No meio do caminho e sem jeito consegui na respiração boca a boca reverter a sua cor. Voltou a ficar rosado e para meu alívio de ter meu filho de volta a vida. Do hospital e depois de ser atendido pelo pediatra retorna a casa comigo. Não larguei mais dele.

As 23 horas novamente o problema e eu fiz novamente respiração boca a boa que deu tempo de chegar a emergência. Estava já com 80 batimentos cardíacos por minuto (bpm) que deveria ser 120 bpm, por pouco parada estaria para ser mais grave ainda. Fiquei 7 dias na UTI Neonatal sem dormir e com garra de ter meu bebê vivo. Ai sair do hospital fiquei uns 30 dias meio andando nas nuvens, pois vivi um pesadelo e que tive a vitória. Outros 3 bebês na época morreram de coqueluche e não tiveram a mesma sorte de ter uma mãe habilitada em respiração boca a boca.  Sou grata a medicina por me dar esta possibilidade de salvar minha cria. Sou muito muito feliz. Passei por um fio pelo sofrimento de perder uma cria e isso faz parte do passado. Eu me sinto a mãe mais feliz da face da terra. Sou abençoada e soube aproveitar os ensinamentos médicos para minha felicidade de mãe.

Tenho a clareza em dizer que nós pais temos de ser vigilantes nesta época de tantas ofertas. Cuidar das nossas meninas adolescentes que um dia serão mães. Gosto de observar a alimentação e as reações de comportamento dos jovens e adultos em geral. O aconselhamento alimentar especializado para o bom desenvolvimento intra uterino é interessante. Atualmente a Nutrigenômica explica a influência dos alimentos na modulação dos genes.

II - Minha querida mãe era uma artesã em doces. Aquela ambrosia de dar água na boca e as caixetas de figadas e de abóboras eu gostava de atacar as escondidas. As compotas de pêssegos, abóbora, figos e laranja azeda eram suas prediletas.  Certa vez subi em uma tulha (armário com uma prateleira em suspenso) com inúmeros potes de doces e acabei fazendo uma travessura que veio ao chão tudo e eu acabei levando a surra da “mami”.

Lembro das brincadeiras de minha mãe. Despojada, extrovertidas e  prestativa para com seus filhos dentro de suas possibilidades. Tinha escolaridade de até a 2ª. Série do I Grau e meu pai 1ª série do I Grau. Mas me deixaram um legado forte de seres educadores e sou o que eles me prrporcionaram. Minha saúde depende dos cuidados deles. Meu pai tinha um cuidados com meus dentes e sempre me levando ao dentista. Que lembranças lindas desses cuidados e preocupações. Ele fumou dos 8 anos até os 50 anos. Eu tinha enjôo com o cheiro do cigarro e como cheiro da gasolina. O médico de minha mãe muito amigo lhe aconselhou de forma inteligente a parar de fumar.

O enxoval de minha mãe foi confeccionado por ela mesmo. Algumas peças eu tive a oportunidade de visualizar e observar o seu talento de costureira. Parecia enxoval de princesa. Um guarda roupa de dar inveja aos atuais. Muito detalhe feito a mão, bordados com rendas e nervuras. Guardo comigo uma peça com bainhas feito com rendas e bordados. Como não podia deixar eu também costurava roupa para minhas bonecas aos 5 anos de idade em máquina de costura de pedal
Ela viveu sempre ao ar livre e hoje pela idade e pela dieta desprovida de nutrientes essencias está privada de caminhar sozinha ( anda em cadeira de rodas), das viagens e de passeios que tanto curtia.  Observo uma retração do dedo das mãos e dos dedos dos pés de causa nutricional. Dizem que é da idade e eu digo que é da falta de atenção a nutrição do idoso, que tem seu metabolismo total e distinto de um adulto jovem.

Comentei com  a ela que meu filho mais velho esteve em Paris em setembro de 2012 e ela imediatamente me retruca: eu estive em Paris  também.
A fisioterapeuta  me contou que ela sempre fala na filha  médica que não come pão.
Estou feliz em vê-la ainda em seus dias de velhice com seus 86 anos e comentando coisas incríveis. Assistindo ao Fantástico no mês de setembro de 2012 ela comentou sobre a matéria da mulher que come pedras nos Estados Unidos. Olhou para mim e disse: comer pedras não deve ser normal? E logo deduziu: Será que comer pedras fura os intestinos? Bem eu disse, faz 20 anos que a senhora obesa come as ditas pedras.


III - Vivíamos na fazenda e lembro de minha mãe fazendo as comidinhas saborosas. Se esmerava em agrados culinários e  muita fartura mas sem estravagâncias. Quando eu vinha visitar a família, em época escolar, nos finais de semana eu já era esperada com rizoto de frango e feijão preto com charque, que delícia estas receitas caseiras.
Eu apreciava colher as cenouras na horta e lá mesmo lavar e comer. Isto eu fazia na horta de meu avô materno de origem alemã, mais provável cantão “alemão” Suíço. Também tínhamos a nossa horta que era adubada com detritos ( fezes de galinhas) para enriquecer o solo. Os vegetais eram oferecidos da mesma maneira que eram oferecidos pães, cucas e outros biscoitos caseiros.

O desjejum a moda campeira para os peões que iam ao campo era preparado com arroz branco e charque, feijão mechido (revirado) e as vezes uma paleta de ovelha no forno do fogão a lenha. Aquele leitinho fresco tirado da vaca já fervido no fogão a lenha. Um café da manhã reforçado para o trabalho no campo. Como dizem “que a ocasião faz o ladrão” e claro com tudo isso a minha frente eu também degustava. Saboreava de vez em quando este apetitoso “menu”. Lembro de raspar a rapa de arroz na panela de ferro...eu adorava fazer isso.

Não existia “supermercados” e shoppings”  e todo o comércio era realizado em vendas ou atacados. Para armazenamento dos alimentos na despensa tinha a tulha com compartimentos para feijão preto, farinha branca e de milho.

Era hábito matar as galinhas e dar banho em água fervente para soltar as penas. A ovelha, o porco e gado bovino fornecia a carne utilizada pela família e empregados. Na época de carneação era muito trabalho. Fazer banha, morcilha, lingüiça, toucinho ( este guardado em latas de banha) e o charque de carne bovina. Não tivemos geladeira até meus 12 anos de idade. Tínhamos a carniceria onde guardávamos as carnes por tempo curto e aprontar o charque(carne de sol).

Esta época sem geladeira era caracterizada por costumes rurais e consumidos os produtos da fazenda direto da horta, do pomar e dos animais que eram criados. Algumas carnes eram guardadas na banha para consumo posterior. Os alimentos sem conservantes, acidulantes, emulsificantes, corantes, sabores artificiais faziam desta alimentação a mais saudável possível e com isto muita saúde por lá. 
Por falar em sabores  artificiais no Brasil se admite 40 tipos, no USA admite 8 e no Japão somente 4. O consumir tudo nem sempre seria o que deveria ser consumido. É muito  material estranho a nossa organização biológica (nosso organismo) por isso a enormidade de problemas de saúde e doenças degenerativas.

Minha avó paterna faleceu aos 98 anos e comia pouco doce a ponto de oferecer as netas “um docinho” somente para o nosso desgosto.